O clássico carioca entre Vasco e Flamengo surpreendeu muitos torcedores com um empate sem gols, resultado que poucos esperavam diante do bom momento técnico do rubro-negro. Nesta análise, vamos entender as nuances táticas que explicam como o Cruz-Maltino conseguiu neutralizar o “melhor time em atividade no futebol brasileiro” e quais foram os pontos positivos e negativos da equipe vascaína neste confronto.

A Estratégia Defensiva do Vasco Contra o Flamengo
O Vasco entrou em campo com uma proposta clara de jogo: compactar suas linhas defensivas e explorar os contra-ataques com velocidade. No primeiro tempo, essa estratégia funcionou bem, com o time conseguindo não apenas se defender com eficiência, mas também criar oportunidades claras de gol.
A equipe adotou um 4-4-2 defensivo bem estruturado, com duas linhas de quatro jogadores que tentavam neutralizar a saída de bola flamenguista. Enquanto isso, o Flamengo, com seu característico jogo de posse, tentava superar esse bloqueio com uma formação de três zagueiros na saída de bola.
O Ponto Fraco na Marcação Vascaína
Um dos principais problemas identificados na marcação do Vasco era a fragilidade dos jogadores de beirada na hora de marcar. Especialmente Nuno, que muitas vezes não respeitava a linha de marcação, sendo induzido a sair da posição e abrindo espaços explorados pelo Flamengo.
Como consequência, os meio-campistas do Flamengo (Pulgar e De La Cruz) conseguiam conectar passes para a última linha de ataque, gerando situações de cinco atacantes contra quatro defensores vascaínos.
O Brilho de Léo Jardim e as Oportunidades Perdidas

Se hoje o Vasco comemora o empate contra o rival, muito se deve à atuação espetacular de Léo Jardim. O goleiro vascaíno fez defesas cruciais, especialmente no segundo tempo, quando o Flamengo intensificou a pressão com bolas aéreas e cruzamentos para a área.
“Léo Jardim hoje se travestiu de Carlos Germano”, como bem definiu um comentarista, relembrando outro grande goleiro da história vascaína. As defesas mais impressionantes vieram em cabeçadas de Pedro, Bruno Henrique e Plata, todas em momentos decisivos da partida.
Por outro lado, o Vasco também desperdiçou suas chances de abrir o placar:
- Aos 14 minutos, Paulo Henrique acertou a trave em finalização de fora da área
- Em seguida, uma bela jogada coletiva terminou com Nuno finalizando para grande defesa de Rossi
A Revelação de Rayan no Ataque Vascaíno
Uma das notas positivas do jogo foi a atuação de Rayan, jovem atacante que parece estar “virando a chave” em sua carreira. Com apenas 19 anos, ele mostrou personalidade jogando tanto pela direita quanto pela esquerda nos últimos jogos.
O Vasco ganhou em velocidade e capacidade de romper linhas com Rayan em campo. Sua substituição no segundo tempo, junto com a saída de Nuno, reduziu drasticamente o poder de contra-ataque da equipe, deixando o time sem escapadas ofensivas.
A Mudança Tática do Flamengo no Segundo Tempo
O segundo tempo mostrou um Flamengo ainda mais dominante, principalmente porque o Vasco naturalmente recuou e demonstrou cansaço físico. Percebendo isso, o técnico rubro-negro fez um ajuste importante: avançou De La Cruz e deixou apenas Pulgar como volante, transformando o sistema em um 3-1-6 ofensivo.
Essa mudança amplificou o problema de espaçamento do Vasco, que mantinha suas linhas muito distantes entre si:
- Zaga muito recuada (próxima à área)
- Meio-campo em posição intermediária
- Atacantes isolados no campo ofensivo
O resultado desse espaçamento foi a dificuldade na transição defesa-ataque e a vulnerabilidade nas transições defensivas quando perdia a posse de bola.
O Problema de Finalização do Flamengo e a Estratégia Aérea
Curiosamente, apesar da superioridade técnica e do controle do jogo, o Flamengo teve dificuldades para criar chances claras com jogadas trabalhadas. A solução encontrada foi apostar em bolas aéreas e cruzamentos para a área, explorando a vantagem física de seus atacantes.
As principais oportunidades rubro-negras no segundo tempo vieram dessa forma:
- Cabeçada de Bruno Henrique após escanteio (13′)
- Cabeçada de Plata também após escanteio (26′)
- Pedro ganhando no ar entre dois defensores (28′)
- Nova cabeçada de Plata após falta lateral (34′)
- Cruzamento de Cebolinha que exigiu outra defesa milagrosa de Léo Jardim
As Substituições e o Impacto no Jogo
As mudanças realizadas pelos técnicos influenciaram diretamente o panorama da partida. Do lado vascaíno, as entradas de Zuccarelo e Garré no lugar de Rayan e Nuno reduziram a velocidade do time em contra-ataques.
Garré, por exemplo, é um meia de mais posse, que funcionaria bem em um contexto onde o Vasco estivesse pressionando o adversário, mas não em um cenário de transições rápidas como exigia o jogo.
O que você achou do desempenho do Vasco contra o Flamengo?
E você, torcedor, o que achou do resultado? O empate deve ser comemorado ou perdemos uma chance de vencer o rival? A atuação de Léo Jardim merece aplausos? Rayan deve ser titular absoluto daqui para frente?
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João Paulo da Silva é apaixonado por futebol e, em especial, pelo Vasco da Gama. João traz para seus leitores as últimas notícias, análises e insights sobre o clube. Com uma abordagem detalhada e sempre atualizada, compartilha sua visão sobre os bastidores do Vasco, seus jogadores e os acontecimentos do time, mantenho os vascaínos bem informados e conectados com o nosso clube do coração.