CARILLE COMPLETA 20 JOGOS NO VASCO: ANÁLISE DO DESEMPENHO DO TÉCNICO QUE DIVIDE OPINIÕES

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Fábio Carille chegou à marca de 20 jogos no comando do Vasco da Gama e está longe de ser uma unanimidade entre os torcedores do clube. Enquanto muitos vaiam o técnico em São Januário, outros acreditam que o trabalho está dentro das expectativas que o elenco pode entregar. Com um aproveitamento de 53,3% – são nove vitórias, cinco empates e seis derrotas – o treinador vive um momento de pressão atenuada, mas ainda enfrenta questionamentos sobre o estilo de jogo apresentado pela equipe cruz-maltina.

Os números de Fábio Carille no comando do Vasco da Gama

Contratado no início da temporada 2025, Fábio Carille completou recentemente a marca de 20 jogos à frente do Vasco. Neste período, o técnico acumulou nove vitórias, cinco empates e seis derrotas, o que representa um aproveitamento de 53,3% dos pontos disputados. Um desempenho que, embora não seja brilhante, mantém o time em situação relativamente confortável nas competições que disputa.

O melhor resultado sob o comando de Carille foi a goleada por 4 a 1 sobre a Portuguesa, ainda no Campeonato Carioca, seguido das duas vitórias por 3 a 0 na Copa do Brasil, sobre União de Rondonópolis e Nova Iguaçu. Por outro lado, a derrota mais dolorosa foi o 3 a 0 sofrido para o Corinthians, na segunda rodada do Brasileirão, jogo que aumentou significativamente a pressão sobre o treinador.

Em termos de desempenho por competição, o Vasco de Carille chegou às semifinais do Campeonato Carioca, onde foi eliminado pelo Flamengo. No Brasileirão, a equipe ocupa a oitava posição após cinco rodadas, com um desempenho irregular, alternando bons momentos com atuações abaixo do esperado. Nas competições eliminatórias, o time avançou sem sustos à terceira fase da Copa do Brasil e ocupa a segunda posição do Grupo G da Sul-Americana, empatado em pontos com o líder Lanús.

Analisando os números individuais dos jogadores sob o comando de Carille, Vegetti se destaca como o artilheiro da equipe com 14 gols, seguido por Coutinho com 5 e Rayan com 3. No quesito assistências, Payet lidera com 3 passes para gol, seguido por Tchê Tchê, Coutinho, Piton, Vegetti e Nuno, todos com 2 assistências cada.

A eliminação no Carioca e o início no Brasileirão 2025

A campanha do Vasco no Campeonato Carioca sob o comando de Carille teve momentos positivos, mas terminou com um gosto amargo para a torcida cruz-maltina. A equipe conseguiu se classificar para as semifinais, mas acabou eliminada pelo rival Flamengo, aumentando a pressão sobre o treinador logo nos primeiros meses de trabalho.

No Brasileirão, o início foi instável. Após cinco rodadas, o Vasco ocupa a oitava posição na tabela, com desempenho irregular. A derrota por 3 a 0 para o Corinthians na segunda rodada foi o ponto mais baixo da equipe na competição até agora, gerando fortes críticas ao trabalho de Carille. No entanto, a vitória por 3 a 1 sobre o Sport em São Januário e o empate sem gols contra o Flamengo no clássico mais recente trouxeram um pouco de tranquilidade ao ambiente.

A expectativa para a sequência do Brasileirão é de que o Vasco consiga manter uma regularidade maior, estabelecendo-se na primeira página da tabela. No entanto, o calendário desafiador, com seis jogos consecutivos longe de São Januário, pode complicar os planos do treinador, que precisará mostrar capacidade de adaptação para superar este período difícil.

O que dizem os especialistas sobre o trabalho de Carille

As opiniões dos comentaristas esportivos sobre o trabalho de Fábio Carille no Vasco convergem em alguns pontos importantes. Ledio Carmona e Rodrigo Coutinho, do canal SporTV, concordam que o Vasco poderia apresentar um futebol melhor, mas que os resultados até aqui estão de acordo com as expectativas que o elenco gera para a temporada.

“Tenho certeza que os resultados que o Vasco está tendo no ano estão dentro da expectativa que o torcedor mais racional sempre teve. Ganha uma, perde a outra, ainda mais no Brasileiro. Agora eu acho que o trabalho do Carille poderia ser melhor, mesmo com esse elenco, ter mais ideias de jogo, mais jogadas trabalhadas, um jogo coletivo mais aprofundado”, afirmou Ledio Carmona.

O comentarista também destacou a falta de repertório ofensivo da equipe: “Eu acho que o Vasco tem muito pouco repertório. Não acho que seja o caso de uma coisa assim de terra arrasada. Ele é um organizador, o time desorganizado não é. Eu acho que o time tem poucas ideias. Acho que o time poderia ir além da organização, ter um planejamento tático um pouco mais ousado, que perturbasse mais, levasse mais dificuldades à defesa dos adversários.”

Na visão de Rodrigo Coutinho, além do repertório ofensivo limitado, o Vasco de Carille apresenta problemas defensivos que precisam ser corrigidos: “Eu acho que o principal problema do Vasco é o desequilíbrio defensivo em muitos jogos. Não dá para dizer ainda que o sistema defensivo do Vasco é algo ajustado. Você percebe alguns problemas que são facilmente detectáveis e aproveitados pelos adversários, por mais que vários desses problemas sejam corrigidos durante o jogo pelo Carille.”

Coutinho também comentou sobre as limitações táticas impostas pelas características do elenco: “Não é tão simples você produzir coisas tão diferentes, tendo o Vegetti como centroavante, porque ele é muito impositivo nesse modelo. Você tem um artilheiro do continente no seu elenco, é claro que a tendência é você terminar as jogadas com bola para ele. Mas é função do treinador, até para que se mantenha por mais tempo, criar uma variação maior nesse tipo de detalhe do jogo.”

A relação com a torcida e as críticas em São Januário

A relação de Fábio Carille com a torcida do Vasco tem sido marcada por altos e baixos desde sua chegada ao clube. Em São Januário, o técnico já foi alvo de vaias em diversas ocasiões, mesmo após resultados positivos, o que demonstra a exigência da torcida cruz-maltina não apenas por resultados, mas também por um futebol mais vistoso.

As críticas se intensificaram após a eliminação no Campeonato Carioca e a derrota para o Corinthians no Brasileirão. No entanto, a vitória sobre o Sport e o empate no clássico contra o Flamengo trouxeram um pouco de tranquilidade ao ambiente, atenuando momentaneamente a pressão sobre o treinador.

Quando questionado sobre as vaias da torcida, Carille tem demonstrado tranquilidade: “Isso aí aconteceu com a gente ganhando, não esperava nada de diferente com o empate”, declarou o técnico após o empate sem gols contra o Lanús pela Sul-Americana, jogo em que novamente foi alvo de críticas das arquibancadas.

A pressão da torcida é um fator que Carille precisará administrar ao longo da temporada. A exigência por um futebol mais ofensivo e vistoso continuará, e o técnico terá que encontrar um equilíbrio entre seus conceitos táticos e as expectativas dos torcedores para conseguir trabalhar com mais tranquilidade em São Januário.

O elenco do Vasco é compatível com as ambições do clube?

Uma questão importante para avaliar o trabalho de Carille é entender se o elenco atual do Vasco está à altura das ambições do clube e das expectativas da torcida. Os comentaristas Ledio Carmona e Rodrigo Coutinho concordam que o Vasco não possui um dos dez melhores elencos do país, o que naturalmente limita as possibilidades do treinador.

“Eu não vejo o elenco do Vasco como um dos dez melhores do país. Eu acho que o elenco melhorou, mas não o suficiente para, por exemplo, justificar a declaração do Pedrinho, ou imaginar que o Vasco tem a obrigação de ficar na primeira página da tabela do Campeonato Brasileiro. Eu acho que o Vasco tem por obrigação fazer um campeonato tranquilo, sem sustos, parecido com o que foi o ano passado”, afirmou Rodrigo Coutinho.

Ledio Carmona compartilha da mesma opinião: “Entendo que os resultados, apesar de tudo isso que eu falei, estão dentro das minhas expectativas. É um time que vai ser sempre isso. A não ser que venha alguém com uma vara de condão e mude tudo, mas acho difícil com esse tempo, que você saia dessa média de quatro pontos a cada três rodadas do Campeonato Brasileiro. E no final das contas, o time ter ali 49 ou 50 pontos e uma vaga na Sul-Americana.”

Comparando com outros elencos do Brasileirão, o Vasco possui algumas peças de qualidade, como Vegetti, Coutinho e Payet, mas carece de profundidade em algumas posições e não tem o mesmo poder de investimento de clubes como Flamengo, Palmeiras e Atlético Mineiro. Isso naturalmente coloca um teto para as ambições do clube na temporada 2025.

O que esperar de Carille para o restante da temporada

Para o restante da temporada 2025, a expectativa é que Fábio Carille consiga encontrar um equilíbrio maior entre organização defensiva e produção ofensiva. O técnico terá desafios importantes pela frente, como a sequência de seis jogos longe de São Januário, que testará a capacidade de adaptação da equipe em diferentes cenários.

No Brasileirão, a meta realista parece ser uma campanha tranquila, sem sustos, terminando entre os dez primeiros e garantindo uma vaga em competições continentais para 2026. Na Copa do Brasil, o Vasco tem potencial para fazer uma campanha interessante, enquanto na Sul-Americana a equipe já demonstra competitividade para brigar pela classificação às fases eliminatórias.

Em termos de ajustes táticos, Carille precisará encontrar soluções para aumentar o repertório ofensivo da equipe sem comprometer a organização defensiva. A utilização mais eficiente de jogadores criativos como Payet e Coutinho, aliada à eficiência de Vegetti no ataque, pode ser um caminho para melhorar o desempenho da equipe.

Quanto ao futuro do treinador no clube, muito dependerá dos resultados nas próximas semanas. Se conseguir manter o time competitivo e com resultados positivos, Carille poderá ganhar a tranquilidade necessária para implementar suas ideias de forma mais consistente. Caso contrário, a pressão pode voltar a aumentar, especialmente se o desempenho nas competições eliminatórias ficar abaixo do esperado.

O que fica claro é que, após 20 jogos no comando do Vasco, Fábio Carille ainda busca sua melhor versão à frente da equipe cruz-maltina. Os próximos meses serão decisivos para determinar se o casamento entre o técnico e o clube será duradouro ou se terá um final precoce, como tem sido comum na história recente do Vasco.

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